terça-feira, 20 de abril de 2010

E se a pessoa-cacto não quiser mudar?



No artigo anterior tentei mostrar que algumas pessoas são como cactos, cheias de “espinhos”,   agressivas no lidar com os outros. Escrevi que para ajudá-las, precisamos amá-las, perdoá-las, exercer compaixão para com elas. Mas, há um outro lado. E se elas não quiserem mudar e permanecerem duras, agressivas, autoritárias? Que fazer?
Jesus disse que aquele a quem pouco é perdoado, pouco ama. (Lucas 7:47) Podemos entender que esta pessoa perdoada necessita se tornar amável, permitindo que nos aproximemos dela sem medo de que ela soltará seus espinhos, por aprender a não mais ser um cacto que fere.
Nos grupos de Alcoólicos Anônimos há dois tipos de membros que adquiriram a sobriedade. Ambos pararam de beber qualquer bebida que contenha álcool, só por hoje. Mas um grupo parou de beber e parou nisto, sendo ainda com pessoas duras, às vezes agressivas e autoritárias. Outro grupo são dos que procuram ir além da sobriedade química, procurando o que chamam de “despertar espiritual” – a busca de vitória sobre defeitos de caráter, lutando consigo mesmos pedindo ajuda ao Poder Superior – Deus, para vencer o seu lado cacto espinhoso. E Deus sempre dá esta vitória para quem a quer.
Um primeiro passo para lidar com quem você vive ou trabalha e que não avança na direção da vitória sobre o lado espinhoso, pode ser aprender a lidar com ela de uma maneira mais diplomática, se protegendo, dando dois passos para trás no contato com elas, evitando discussões desnecessárias do que depender de você, e evitando atribuir o jeito delas de lançar espinhos como algo contra você. Em geral ela faz isto porque não está bem é com ela mesma.
Neste afastamento preventivo de desgaste emocional você permite à pessoa-cacto ser o que ela pode ser. Isto favorece mudança. Quando temos a liberdade de ser o que somos, podemos começar a ver que parte do que somos precisa de ajustes. Mas vamos considerar que a pessoa-cacto não aproveita a liberdade que damos (oposto de querer controlá-la e mudá-la) , não quer olhar para si, rejeita ajuda, nega ter problemas, e “levanta o nariz”. E agora?
Damos um segundo passo, ligado ao pensamento: “Tudo o que eu tenho de fazer é tirar as minhas mãos e abrir meu coração.” Abra seu coração e diga como se sente ferido(a) com as atitudes “cacto” da pessoa. Não é atacá-la, mas mostrar como atitudes dela machucam você. Mostre sua ferida e explique que dói e como dói. E se mesmo assim ela der desculpas, racionalizar, e se defender da percepção dos defeitos de caráter, jogando mais espinhos em você. Ufa! Cansa, né? Mas vamos lá. Que fazer?

Grupos de ajuda, como o Al-Anon (para amigos e familiares de alcoólicos), tem um lema que chama-se “desligamento afetivo com amor”. Este é o terceiro passo na busca de lidar com pessoas que tem comportamento que está machucando você, nega ter problemas, não procura mudar seu jeito ruim de ser, e não se torna amável.
Este desligamento não é deixar de ama. Significa que não posso fazer pelo outro aquilo que ele precisa fazer. Direciono minhas energias para coisas de minha vida, meu trabalho, minhas metas, e deixo a pessoa ser o que ela quer e pode ser. Admito que não posso controlá-la. Entendo que a solução do problema “cacto” dela não está nas minhas mãos resolver. Evito tentar mudá-la ou culpá-la, e me concentro em fazer o melhor para mim. Não tento concertá-la, mas dar apoio. Me importo por ela, mas não cuido dela como se fosse um bebê. Não fico no meio controlando os resultados, mas deixo que ela influa no seu destino. Evito ser superprotetor permitindo-a encarar a realidade. Você aprende a cuidar de si mesmo ainda que a pessoa que você ama escolhe não procurar ajuda para o problema pessoal dela. Você permite que ela aprenda com os erros dela.
Exemplo de “desligamento emocional” com amor, pode ser o de uma esposa de alcoólico que sempre que encontrava o marido bêbado, caído na porta do quarto do casal, urinado, fedendo, ela o arrastava até o banheiro, o lavava, e o colocava na cama limpinha. No dia seguinte ele não se lembrava nada do que havia feito e de como ela havia cuidado dele, voltando a repetir a mesma cena inúmeras vezes. Quando ela aprendeu o significado do desligamento, mudou sua atitude. Deixava o marido caído no chão do quarto, se estava no inverno frio o cobria com uma boa coberta, e deitava-se, dormindo bem. No dia seguinte, ao ele acordar no chão, urinado, cheirando mal, e agora consciente, podia refletir sobre sua própria conduta e, assim, começar a desejar e a escolher uma melhor conduta.
Finalmente, vamos pensar que mesmo assim a pessoa-cacto continue afinetando você, ainda que  você esteja praticando o desligamento com amor. Que fazer? Um quarto passo é explicar que você precisará sair do ambiente se ela continuar a espetar. Alguém disse: “Ter vizinhos é bom, mas coloque sua cerca.” Às vezes esta cerca tem que ser colocada dentro de casa, não para afastar as pessoas, mas para proteger de abusos de pessoas-cacto que não desejam melhorar.

Escrito por Dr. Cesar Vasconcellos de Souza

Não Julguemos as Pessoas. Podemos ser parecidos





Primeiro de tudo olhe-se a si mesmo. Depois… olhe-se de novo. Não podemos julgar os motivos do coração das pessoas.
Algumas pessoas são duras, ríspidas, autoritárias. Parecem um cacto, expondo facilmente os espinhos, os quais, na verdade, servem como defesa, nesta planta e nestas pessoas. Devemos julgá-las? Quem não tem este temperamento, é melhor que elas?
O nome “cacto” surgiu há cerca de 300 anos antes de Cristo com o grego Teofrastus. Em seu trabalho Historia Plantarum, ele associa o nome cacto à plantas com fortes espinhos. Todos os cactos florescem, e certas espécies só dão flores após os 80 anos de idade. Depois da primeira floração, todo ano, na mesma época, as flores reaparecem. Algumas espécies dão frutos comestíveis como o cacto mexicano Opuntia Ficus-indica, que produz o figo-da-índia. Apesar de 92% de sua estrutura ser água, a presença do cacto indica sempre solo pobre e seco.
Um dia Jesus disse: “Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados.” Mateus 7:1 e 2. Muitos acham ter superior discernimento e assim criticam os motivos das pessoas. Com nossa mente finita e limitada não podemos ler o coração das pessoas. Nossa tendência é julgar pelas aparências e, então, cometemos graves erros. Somos imperfeitos, por isso não estamos qualificados para o julgamento de outros.
Os que tendem a criticar e tentam corrigir os outros, frequentemente possuem faltas que podem ser inconscientes para eles mesmos as quais podem ser piores do que aquelas que eles condenam nas pessoas. Estas atitudes fazem mais mal do que bem. Será melhor evitarmos colocar o foco das conversas sobre faltas dos outros pois isto cria uma disposição infeliz.
Já que não podemos ler o coração das pessoas, é melhor não atribuir a elas motivos errados. Nem todos tiveram boa educação. Alguns vieram de lares quebrantados por abusos variados, gerando crianças duras, defensivas, autoritárias, como cactos cheio de espinhos, brotando palavras ríspidas facilmente. Quando crianças talvez copiaram este modelo de algum adulto que exercia forte influência sobre elas. E/ou aprenderam a ter “espinhos” para se defenderem dos abusos reais e do medo deles. Daí, os espinhos passaram a ser parte de seu ser.
Se o amor habita em nosso coração, os sentimentos e palavras serão amáveis para com as pessoas que (ainda) não sabem ser amáveis e dóceis, talvez porque ainda não percebem seus espinhos, não sabem abaixar a guarda e dialogar com serenidade. Talvez nosso amor para com elas seja o único caminho e remédio para que elas possam dar flor, ou seja, serem dóceis.

Comparar nós mesmos com qualquer pessoa não é algo sábio. Se você exige dos outros uma perfeição que você mesmo não possui, não é algo injusto? Não cria tensão no relacionamento? Muitas vezes julgamos as pessoas por erros que também cometemos ou por comportamentos que também possuímos, só que não percebemos ainda ou disfarçamos.
Quando condenamos ou criticamos outros, nos declaramos a nós mesmos culpados. Nosso caráter é revelado pela maneira como tratamos os outros. Aquele que não percebe que não percebe, pensa que percebe. São os cegados pela malignidade os mais propensos a criticar e condenar. E podem possuir uma rebeldia maligna em seu caráter. Lembre-se: a sentença que você passar para outros, estará sendo passada sobre você mesmo. Lembre-se também de que aqueles com quem você lida tem sensibilidades tão afiadas quanto as suas. Uma palavra amável, uma mão ajudadora, um braço sobre os ombros com compaixão, podem salvar estes “cactos” da ruína. Demonstre misericórdia, bondade, humildade de mente, simplicidade, paciência, perdão, e amor para com estas pessoas rudes. Algumas não conseguirão florescer nem mesmo depois de 80 anos porque não se interessam por isto, deixando sempre e somente os espinhos à vista e machucando a todos constantemente. Outras aprenderão a abandonar seus espinhos e usar defesas mais adequadas quando se sentirem ameaçadas. Florescerão e até alimentarão outros! Elas precisam de consciência (percepção) e escolha de comportamento melhor. Como todos nós. Vamos refletir seriamente sobre um pensamento que diz: “Primeiro de tudo, olhe-se a si mesmo. Depois … olhe-se de novo.”
Dr. César Vasconcellos

segunda-feira, 19 de abril de 2010

10 Coisas que eu odeio em você



1 Odeio o modo como fala comigo e como corta o cabelo.
2 Odeio como dirige o meu carro.
3 E odeio seu desmazelo.
4 Odeio suas enormes botas de combate e como consegue ler minha mente.
5 Eu odeio tanto isso em você, que até me sinto doente.
6 Eu odeio como está sempre certo.
7 E odeio quando você mente.
8 Eu odeio quando me faz rir muito, e mas quando me faz chorar.
9 Eu odeio quando não está por perto, e o fato de não me ligar.
10 Mas eu odeio principalmente, não conseguir te odiar.
Nem um pouco, nem mesmo por um segundo, nem mesmo só por te odiar.